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O lançamento do bitcoin, a primeira criptomoeda, em 2009, solidificou o impulso para as soluções DeFi (Finanças Descentralizadas). Ao longo dos anos, várias soluções DeFi surgiram em todos os setores, juntamente com sua ampla adoção, o que resultou em taxas de transação de blockchain mais altas e tempos de transação mais lentos.

Embora o Ethereum vinha sendo descrita como a “blockchain do futuro”, relatórios recentes sobre o mercado de criptomoedas indicam que a Solana pode tomar esse posto, após levantar US$ 450 milhões para desenvolver um blockchain mais rápido.

A Solana, responsável pela moeda digital SOL, iniciou seu blockchain após o lançamento de seu white paper, em 2018. O projeto começou no Mainnet Beta em março de 2020, bancado pela Fundação Solana, sediada na Suíça, propondo-se a simplificar a criação de aplicativos descentralizados.

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Mesmo que ainda esteja em versão beta, já provou ser um blockchain mais escalonável em comparação com o Ethereum, que começou a operar três anos antes. A divulgação que a Solana pode processar até 50.000 transações por segundo, rendeu-lhe o apelido de “matadora do ethereum”.

Um projeto de código aberto altamente funcional, segundo seu site oficial do Solana ele é “rápido, seguro e resistente à censura, fornecendo a infraestrutura aberta necessária para adoção global”. Apresenta uma taxa de transferência máxima de mais de 50.000 transações por segundo (TPS) e tempos de bloqueio em torno de 400 ms.

Idealizada por Anatoly Yakovenko da Solana Labs, a Solana adotou um novo método de verificação de transações, operando no seu blockchain de Proof of Stake (PoS) de terceira geração. Sabidamente, manter o controle da ordem das transações é algo vital para as criptomoedas. O bitcoin agrupa as transações em blocos com um único carimbo de data e hora. Cada nó deve validar esses blocos em consenso com outros nós. Esse processo adiciona um tempo de espera significativo para que os nós confirmem um bloqueio na rede.

A abordagem da Solana, porém, é diferente, criando um sistema confiável para determinar a hora de uma transação chamado PoH (Proof of History ou Prova de História, em português). Esse mecanismo consegue oferecer maior escalabilidade devido a esse novo mecanismo.

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O sistema PoH, que pretende ser revolucionário, é uma Função de Atraso Verificável (VDF na sigla original), que faz um hash de todos os eventos e transações de entrada sequencialmente. Assim, cada transação ou evento é verificado pela função através de um número específico de etapas sequenciais e recebe um hash com um contador único. Esse hash serve como uma espécie de carimbo criptográfico de data e hora, permitindo a verificação pública de quando ocorreu o evento.

Em paralelo, utiliza um sistema de Prova de Participação (PoS) que monitora os processos do PoH, validando cada uma das sequências de blocos. Com isso, também mantém o registro da ordem de acontecimentos e do horário unificado da rede.

ETH x SOL

Atualmente, o Ethereum é a “casa da dApps” – aplicativos descentralizados – contando com mais de 3.000 em sua plataforma. Isso faz com que seja muito difícil para Solana destroná-la. O lançamento do ETH 2.0 pode sufocar as pretensões da Solana, pois promete ser uma atualização significativa para a plataforma Ethereum em termos de velocidade, custo e segurança.

Mas enquanto a atualização não vem o blockchain Ethereum continua tendo dificuldades pelo processamento lento e por suas altas taxas, fazendo com que outros blockchains cresçam ao oferecer mais serviços. Por isso, o que está em jogo é uma “batalha pela escalabilidade”. Esse tem sido um marco no criptoverso desde a adoção em massa das soluções DeFi. Sua proliferação tem levado a um congestionamento no blockchain, pois o número de transações a serem processadas torna-se muito grande, criando assim um backlog.

A exchange de derivativos de criptomoedas FXT ajudou a Solana Labs a levantar US$ 314 milhões em vendas de tokens para desenvolver uma tecnologia escalável mais rápido e eficiente. Em 2020, a FXT optou por lançar sua bolsa descentralizada, Serum, rodando no blockchain Solana, por causa de suas taxas baixas e outras utilidades.

Com a promessa de maior velocidade e taxas mais baixas, a rede já atraiu mais de 150 projetos. No início de junho de 2021, a Fundação Solana anunciou seu projeto mais recente: o acelerador Solverse. Trata-se de uma parceria com 21 especialistas de desenvolvimento de blockchain. O objetivo é fortalecer sua rede e agregar recursos e serviços para apoiar projetos de alto potencial.

Já existem projetos DeFI, como o Kin, que rodam na Ethereum, mas cogitam migrar para a rede Solana, confiando nas suas promessas de escalabilidade. No momento, o foco parece ser algum tipo de integração.

A forma mais rápido pra isso acontecer é pelo uso do Wormhole. Em outubro do ano passado, com o sucesso do DeFi e os elevados custos do Ethereum, a Solana lançou o Wormhole (buraco de minhoca). O nome brinca com um conceito ligado a viagens espaciais, onde buracos de minhoca são estruturas hipotéticas que funcionariam como uma espécie de conexão entre dois pontos no espaço-tempo. No caso do blockchain, ela liga a congestionada Ethereum à rede Solana.

“O Wormhole permite que projetos, plataformas e comunidades já existentes movam ativos tokenizados sem interrupções”, explica a Solana em seu blog. Assim, elas podem “se beneficiar de nossa alta velocidade e o baixo custo”.

A decisão de criar essa “ponte” entre as duas redes leva em conta que não faz sentido esperar que todo um ecossistema migre para uma rede nova. Além disso, não é possível esperar até que uma migração em massa ocorra. Portanto, em vez de as equipes terem de reescrever os códigos, adaptando-os à Solana, elas só precisam usar o Wormhole para transferir os ativos de uma rede à outra.

Quais as vantagens da Solana?

A principal inovação proposta pela Solana é a combinação de mecanismos de consenso da PoH e prova de participação (PoS). Esse conceito permite maior escalabilidade do protocolo, o que possibilita aumenta da usabilidade.

Esse protocolo híbrido oferece rapidez de processamento, com tempos de validação reduzidos para a transação e execução de contratos inteligentes.

Além disso, uma das principais promessas de Solana é que seus usuários não verão aumento de taxas no futuro, pois o protocolo é projetado para ter baixos custos de transação.

Essas vantagens estão oferecendo mudanças. Por exemplo, em 2020 a Centre, empresa responsável pela USDC, segunda maior stablecoin do mundo, anunciou que a moeda originalmente lançada na Ethereum estava de mudança para a Solana. No comunicado oficial, destacando as vantagens da nova rede, como a velocidade e “taxas de transação de custo extremamente baixas”.

O Audius, serviço de streaming de música descentralizado, migrou parcialmente do Ethereum para a Solana. A plataforma do Audius é similar ao Spotify e Deezer, porém permite que o artista defina os próprios termos. Ela justificou a mudança em função dos custos mais altos e da lentidão na rede Ethereum.

Outra inovação da Solana é o Star Atlas, é um ambiente virtual de última geração, onde é possível criar, jogar e aprender com outros jogadores de todo o mundo. O objetivo da plataforma é a disseminação de NFTs.

Por fim, o token proprietário SOL atualmente entre os 15 com maior capitalização de mercado, avaliado em US$ 10,47 bilhões. Com menos de um ano de lançamento, já é vista como uma das altcoins mais promissoras.